sábado, 29 de agosto de 2009

Nos laços (fracos) da internet


As redes sociais na internet congregam 29 milhões de brasileiros por mês. Nada menos que oito em cada dez pessoas conectadas no Bra-sil têm o seu perfil estampado em algum site de relacionamentos. Elas usam essas redes para manter contato com os amigos, conhecer pessoas – e paquerar, é claro, ou bem mais do que isso. Os brasileiros já dominam o Orkut e, agora, avançam sobre o Twitter e o Facebook. A audiência do primeiro quintuplicou neste ano e a do segundo dobrou. Juntos, esses dois sites foram visitados por 6 milhões de usuários em maio, um quarto da audiência do Orkut. Para cada quatro minutos na rede, os brasileiros dedicam um a atualizar seu perfil e bisbilhotar o dos amigos, segundo dados do Ibope Nielsen Online. Em nenhum outro país existe um entusiasmo tão grande pelas amizades virtuais. Qual é o impacto de tais sites na maneira como as pessoas se relacionam? Eles, de fato, diminuem a solidão?Por definição, uma rede social on-line é uma página na rede em que se pode publicar um perfil público de si mesmo – com fotos e dados pessoais – e montar uma lista de amigos que também integram o mesmo site. Como em uma praça, um clube ou um bar, esse é o espaço no qual as pessoas trocam informações sobre as novidades cotidianas de sua vida, mostram as fotos dos filhos, comentam os vídeos caseiros uns dos outros, compartilham suas músicas preferidas e até descobrem novas oportunidades de trabalho. Tudo como as relações sociais devem ser, mas com uma grande diferença: a ausência quase total de contato pessoal.
Os sites de relacionamentos, como qualquer tecnologia, são neutros. São bons ou ruins dependendo do que se faz com eles. E nem todo mundo aprendeu a usá-los a seu próprio favor. Os sites podem ser úteis para manter amizades separadas pela distância ou pelo tempo e para unir pessoas com interesses comuns.
O sociólogo americano Robert Weiss escreveu, na década de 70, que existem dois tipos de solidão: a emocional e a social. Segundo Weiss, "a solidão emocional é o sentimento de vazio e inquietação causado pela falta de relacionamentos profundos. A solidão social é o sentimento de tédio e marginalidade causado pela falta de amizades ou de um sentimento de pertencer a uma comunidade".
Vários estudos têm reforçado a tese de que os sites de relacionamentos diminuem a solidão social, mas aumentam significativamente a solidão emocional. É como se os participantes dessas páginas na internet estivessem sempre rodeados de pessoas, mas não pudessem contar com nenhuma delas para uma relação mais próxima. Ao contrário do e-mail, sites como Orkut, Facebook e Twitter, por sua instantaneidade, criaram esse novo tipo de ansiedade: a de ficar sempre plugado para evitar a impressão de que se está perdendo algo.
A necessidade de classificar os contatos virtuais na sua página do Orkut ou do Facebook segundo o grau de intimidade desafia um dos princípios da amizade verdadeira: a total reciprocidade. Na vida real, o desnível da afinidade que uma pessoa sente pela outra costuma ficar apenas implícito na relação entre elas. Na internet, ele é escancarado. Pode-se simplesmente bloquear o acesso de certos amigos a determinadas informações. Além disso, ela não estimula aquele tipo de solidariedade que faz com que dois amigos de carne e osso aturem, mutuamente, os maus momentos de ambos. Esse grau de convivência e aceitação de azedumes ou mesmo defeitos alheios é quase inexistente nas redes sociais. Quando alguém começa a incomodar, é ignorado ou deletado. "Se o objetivo é um vínculo afetivo maior, é preciso se encontrar pessoalmente", resume candidamente Danah Boyd, pesquisadora do Microsoft Research, um laboratório inaugurado em Massachusetts pela empresa de Bill Gates para o estudo do futuro da internet.
Ao fim e ao cabo, usar as redes sociais para fazer uma infinidade de amigos – quase sempre não muito amigos – é uma especialidade de Brasil, Hungria e Filipinas, países que têm o maior número de usuários com mais de 150 contatos virtuais. Uma pesquisa nos Estados Unidos, por exemplo, mostrou que 91% dos adolescentes usam os sites apenas para se comunicar com amigos que eles já conhecem. Parecem saber que, como dizia Aristóteles, amigos verdadeiros precisam ter comido sal juntos. O que você está esperando? Saia um pouco da sua página virtual, pare de bisbilhotar a dos outros, dê um tempo nas conversinhas que só pontuam o vazio da existência e vá viver mais. Nada melhor que ter amigos sempre próximos de nós, precisamos muito estar sempre perto de pessoas é de onde vêem o afeto, a socialização e a capacidade de viver em grupos, sair para festas, estudar juntos sempre haverá a necessidade de todo ser humano viver em sociedade real e não só a virtual.

REVISTA VEJA 08/07/2009 Profº . Rodrigo Pizeta – Sociologia

E-mail: cafesociologico@gmail.com
Achei esse artigo muito interessante para nossos estudos em sociologia, hoje existe uma série de situações voltadas diretamente para o comportamento das pessoas quanto se fala em relações sociais, principalmente as virtuais, temos que nos policiar de forma que a rede não tome nossas vidas para ela, mas que possamos dosar constantemente essa relação virtual, tudo que é excesso faz mal, temos que ponderar e nos relacionar, se não podemos ser pessoas excluidas da sociedade, independente de sua classe social relações interpessoais ocorrem em qualquer classe.
"O homem é um ser social por natureza"

domingo, 23 de agosto de 2009

O que é Sociologia????


Isidore Auguste Marie François Xavier Comte - 1798 - 1857
Filósofo Positivista
A Sociologia é uma ciência porque usa métodos e técnicas que lhe permitem estudar o social. E o campo de estudo da sociologia é a organização da sociedade e o que acontece entre seus membros.

É bom saber:
“A sociologia propriamente dita é o fruto da Revolução Industrial, e nesse sentido é chamada de - ciência da crise – crise que essa revolução gerou em toda a sociedade européia. Ela é fruto de toda uma forma de conhecer e pensar a natureza e a sociedade, que se desenvolveu a partir do século XV”.Ela existe, portanto, porque existe o homem, porque ele vive em grupo e porque é necessário compreender esta convivência para se propor maneiras de viver melhor.
No século XVIII, a Europa vivia um dos mais importantes momentos de sua história. A Revolução Francesa e Industrial provocaram mudanças que até hoje são refletidas na nossa geração. Toda conjuntura política, econômica e cultural passava por modificações: os novos métodos de produção geravam o aumento da produtividade e vários trabalhadores foram substituídos por máquinas. Além disso, ocorria o intenso êxodo rural, ocasionando uma explosão demográfica e conseqüentemente, uma falta de infra-estrutura capaz de comportar esses excedentes populacionais. A falta de empregos aliada à falta de infra-estrutura levou a um relativo estado de caos social: aumento da miséria, fome, criminalidade, doenças, prostituição, suicídio, etc. De certa forma, a sociologia surgiu como uma resposta intelectual para tentar analisar, explicar e melhorar essa nova estruturação, sobretudo social, que o mundo vivia. Portanto, sociologia é a ciência que, através de seus métodos de investigação científica, estuda o comportamento humano perante seu meio social e busca compreender as estruturas e as relações da sociedade. O termo “sociologia” foi criado por Augusto Comte, cuja intenção era unificar várias áreas do conhecimento, como psicologia, economia, etc. As três principais linhas de pensamento dentro da sociologia são: a Positivista-Funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e grande contribuidor, Émile Durkheim; a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber; e a explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx. A Revolução Industrial é muitas vezes analisada de forma superficial como a simples introdução da máquina a vapor nas fábricas e manufaturas e o aperfeiçoamento das técnicas produtivas. Existe, porém, outra faceta da realidade – a Revolução Industrial significou o triunfo da indústria capitalista e da classe minoritária detentora dos meios de produção e do capital. Grandes massas de trabalhadores foram submetidas ao que impunha o sistema – novas formas de relação de trabalho, longas e penosas jornadas nas fábricas, salários de subsistência – a fim de satisfazer os interesses econômicos dos empresários. Aos poucos a Sociologia vai ganhando espaço na sociedade como caminho para entender as necessidades da época e dando oportunidade de no futuro construir uma sociedade melhor com mais qualidade de vida, organizando e estudando de forma cientifica e sistemática as mais variedade sociedades existentes no mundo pós moderno, as mudanças de comportamentos dos indivíduos devido as novas invensões tecnologicas na qual mudou o rumo de nossa sociedade ocidental capitalista, eis a Sociologia como ciência...Vamos continuar a entender nossa sociedade sempre respeitando as opiniões de forma que através de debates com bases concretas de nossa realidade social, ou seja com embasamento teórico e teses que possam ser realmente entendidas e discutidas...isso é sociologia...
Assim as Ciências Sociais começa a ganhar repercussão pelo mundo, campos do conhecimentos começam a fazer parte de sua doutrina como a Antropologia Cultural, Filosofia, Economia, Ciências Políticas, Geografia Humana, Psicologia Social e a Sociologia propriamente dita.

Identidade e Nacionalismo


















Identidade e Nacionalismo
Por: Eduardo César MaiaA defesa de uma identidade nacional pura, inviolável e imune a influências externas não passa de uma utopia despropositada. O processo constante e cada vez mais acelerado de comunicação e intercâmbio entre os mercados de todos os países, e o fluxo de bens culturais avançam num sentido de negação das fronteiras nacionais. Tal fenômeno, irreversível na opinião da maioria os intelectuais, é o que se costuma chamar de globalização. Os defensores dessas formas de identidades coletivas nacionais, étnicas ou mesmo de uma simples localidade, como uma cidade ou um bairro, acreditam que esse processo pode conduzir ao esgotamento das culturas oriundas dos países de economia menos desenvolvida: as características regionais, as tradições, costumes e padrões de comportamento que determinariam a identidade desses povos estariam condenados ao esgotamento e à dominação pelos bens culturais dos países hegemônicos. É inegável que o incessante fluxo de informações por todo o globo realmente está dando um novo formato às diversas culturas, mas isso não significa necessariamente uma perda. Numa perspectiva mais otimista, pode-se argumentar que a cultura não é um cárcere, um sistema fechado de valores invioláveis. A vida cultural de um povo, pelo contrário, alimenta-se de mudanças e conflitos com outras culturas. Apenas nas sociedades primitivas e nos Estados sumamente autoritários com tendências nacionalistas é que a cultura é encarada como um campo de concentração, uma condição imutável. É como se os indivíduos estivessem condenados a permanecer dentro desse conjunto de valores culturais, sem nenhuma possibilidade de interferência pessoal. A origem etimológica da palavra cultura remete ao ato de cultivar o espírito, aprimorar-se, reduzindo a própria ignorância através do conhecimento da diversidade e pluralidade do mundo. A cultura não é um lugar, não se encontra em determinada situação geográfica verificável com um mapa e uma régua. A defesa de uma identidade cultural nacional no sentido de que todo o autóctone é sempre um valor e todo o forâneo, um desvalor, é simplesmente uma manipulação ideológica abstrata e sem fundamentação histórica.As ligações afetivas pessoais ao local de nascimento, às tradições, às religiões e a certos valores herdados da comunidade em que se está inserido são, a princípio, naturais e positivas. No entanto, uma política que pretenda, partindo da defesa desses valores, menosprezar ou mesmo censurar a possibilidade de compartilhar dos bens culturais externos, é uma política autoritária e xenófoba. Isso significa, nos dias de hoje, que, para um país proteger sua cultura, deveria preservar-se da competição internacional e dos “males” da globalização. Os defensores de tais políticas afirmam que, se os governos deixassem a identidade do seu povo à mercê das regras do capitalismo amoral, haveria uma deteriorização pela invasão de produtos culturais estrangeiros, uma colonização cultural, perpetrada através do poder da publicidade das empresas dos países mais poderosos. No Brasil, país em que essas políticas de “proteção” aos bens culturais nacionais têm bastante força, parece ainda mais abstrusa a definição do que venha a ser essa identidade. Falar de cultura brasileira ou patrimônio cultural brasileiro é se referir a uma miríade de influências de várias partes do mundo que constituíram (e seguem constituindo) e influenciaram (e continuam influenciando) a história, os costumes e os valores vivenciados de diversas formas por indivíduos profundamente diferentes que habitam esse país. Além de se tratar de uma entidade abstrata confusa, a noção de identidade cultural nacional leva muitas vezes a uma legitimação da censura, do dirigismo cultural e a subordinação da vida cultural e artística a uma doutrina política: o nacionalismo.
Professor: Rodrigo dos Santos Pizeta - Sociologia
Artigo retirado da revista Continente Multicultural Out de 2006
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